Sou formada em Publicidade e Propaganda; Letras Inglês e Português; fiz Pós-graduação em Planejamento Educacional e Docência do Nível Superior; e Mestrado em Educação.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PARÁFRASE: UMA IMPORTANTE ATIVIDADE

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Para o Escritor Iniciante

Parafrasear é reproduzir um texto original, através de suas palavras, sem alterar-lhe o sentido, isto é, mantendo as idéias originais. Isso quer dizer que embora você redija com suas palavras e estilo próprio, devem ser seguidos os passos do texto original sem que se percam informações indispensáveis à compreensão ou a interpretação.

É um tipo de atividade muito importante para quem está começando no ofício de escriba. Pois permite ao escrevedor praticar os mecanismos de busca de sinônimos e de outras estruturas possíveis para a mesma frase, sem se preocupar com o como começar, o que dizer e como continuar. E isso traz melhoria no desempenho da escrita.

A paráfrase não é sinônimo de resumo. Enquanto o resumo privilegia a síntese, a paráfrase se propõe a traduzir o texto original, podendo até ser maior ou menor que o texto parafraseado.

Também não é sinônimo de paródia, esta é a imitação de uma obra, tendo como veículo o humor para distorcer ou criticar as idéias originais. A paródia foi grandemente usada pelos autores modernistas para criticar obras consagradas da literatura brasileira. Mario de Andrade, por exemplo, parodiou o romance A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, com o livro A Escrava que não era Isaura.

A paráfrase não deve ser confundida com o plágio porque seu autor explicita a intenção e deixa claro a fonte.

O poema mais parafraseado, parodiado e estilizado em toda literatura brasileira é, possivelmente, a“Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, poeta do século XIX. Abaixo, como exemplo, a primeira estrofe do poema e de sua respectiva paráfrase:

Texto Original

“Minha terra tem palmeiras

Onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá.”

(Canção do exílio, Gonçalves Dias)

Paráfrase

“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

Eu tão esquecido de minha terra...

Ai terra que tem palmeiras

onde canta o sabiá!”

(Carlos Drummond de Andrade, em Europa, França e Bahia)

O poeta Carlos Drummond de Andrade transpõe o texto primitivo conservando suas idéias, que é a saudade da terra natal.

[Ricardo Sérgio]

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